domingo, 5 de fevereiro de 2012

Um artigo publicado originalmente no Jornal Popular do Vale (Ed. 625, Lorena, Setembro de 2011); no espaço "Cinema em Casa: Cuidado: “serial killers à solta... Nos filmes!"
                                                                              
     

       Um assunto desperta grande interesse em todos: o que se passa na cabeça de um serial killer? Antes de qualquer coisa, o que ou quem é um serial killer? A definição mais comum é “um indivíduo ou indivíduos que cometem uma série de homicídios durante um período de tempo, com pelo menos alguns dias de intervalo entre eles”. O termo serial killers foi utilizado pela primeira vez nos anos 70 pelo agente aposentado do FBI e grande estudioso do assunto: Robert Ressler. Escolhi dois filmes que tratam do assunto e não o esgota...
       Há mais de cinqüenta anos, um serial killer tornou-se mundialmente conhecido a partir do filme “Psicose”, direção do genial cineasta inglês Alfred Hitchcock. Trata-se do jovem Norman Bates, gerente/proprietário do Motel Bates um lugar decadente, que quase fechou suas portas após o desvio da autoestrada.
      Norman Bates viveu a vida toda, ao lado de sua possessiva mãe, num casarão ao lado do Motel, um jovem solteiro, solitário, soturno e aparentemente normal... Uma bela jovem: Marion Crane, que desfalcou seu chefe vai ser hospede do Motel Bates e ai, o atormentado Norman aparece em cena... A família fica preocupada com o sumiço da jovem e a policia é acionada; muitos segredos serão revelados a partir do desaparecimento da bela Marion.
      Psicose é uma obra-prima do cinema de suspense. Filme americano que ainda influencia cineastas de várias nacionalidades. Uma perfeita combinação de drama e suspense. O filme tem todos os ingredientes para agradar a todo tipo de platéia: bela fotografia e imagens em preto-e-branco; trilha sonora sublime do maestro Bernard Hermann; elenco soberbo; o roteiro de Joseph Stefano (baseado em história original de Robert Bloch).
      Algumas cenas são inesquecíveis, talvez a mais marcante de todas seja a célebre “cena do chuveiro”: a música vai aos poucos nos envolvendo e acompanha o  ritmo louco das estocadas da faca no corpo da jovem; a água escorre e o sangue macula o azulejo branco do boxe do chuveiro... Impressionante mesmo! Dizem que o filme não foi colorido por conta de tal cena, o público ficaria chocado com tanto sangue... O certo é que gastaram litros e mais litros de calda de chocolate, cinema é cinema e tudo é uma grande fantasia, ou uma boa mentira/farsa bem contada! A violência é mais implícita...
      A grande dica é alugar o filme com o disco extra que acompanha o filme; com as informações dos bastidores, as entrevistas, as repercussões do filme, etc. e tal.
     No rastro do jovem Norman Bates, um novo “perturbado” (e perturbador) aparece com o filme: “O Assassino em Mim”.
 Aqui temos a história de um jovem assistente de xerife: Lou Ford, numa pequena cidade do estado do Texas, Estados Unidos. Ele leva uma vida pacata ao lado de sua jovem esposa, até o dia em que uma prostituta aparece e desperta seus instintos mais selvagens. Ele é simpático, aparentemente, normal, boa aparência, fiel cumpridor de suas funções policiais, enfim, um bom cidadão... Mas, por trás de tanta bondade, ou melhor, por dentro dele, habita um ser desprezível: um verdadeiro “monstro” emerge das profundezas de sua alma. Um ser do mal, vindo direto do inferno... Violência não falta, principalmente contra as mulheres. Filme adulto na temática e nas violentas cenas apresentadas. O diretor não usa de subterfúgios; cenas (quase) reais acontecem diante dos olhos amedrontados dos espectadores. Violência explicita! Uma celebração do ódio, da raiva e das perversidades humanas (leia sadomasoquismo). Quem pode explicar o comportamento doentio do jovem Lou Ford? O filme nos remete ao clássico: “O Médico e o Monstro” do escritor Robert L. Stevenson. Carregamos o bem e o mal dentro de nós? O ditado popular: “a ocasião faz o ladrão” pode ser aplicado neste caso? A violência aqui não é gratuita, indicado para quem possui “estômago forte”; assista e tire suas próprias conclusões.

Serviço:
“Psicose”, Estados Unidos, direção de Alfred Hitchcock, ano 1960, 109 Min. Preto-e-branco, elenco: Anthony Perkins, Janet Leigh; Vera Miles; John Gavin; Martin Balsam, entre outros.

“O Assassino em Mim”, Estados Unidos, direção de Michael Winterbottom, ano 2010, 109 Min., Cor. Elenco: Casey Afflek; Kate Hudson; Jessica Alba; Ned Beatty, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário