quinta-feira, 17 de maio de 2012


CONSUELO
                   LEANDRO
   

“80 ANOS” DE ALEGRIAS!
DE LORENA PARA O MUNDO


    Registrada com o nome de Maria Consuelo Nogueira, nasceu em LORENA, no dia 27 de maio de 1932, filha do dentista e militar José Ortiz Nogueira e Dione da Costa Nogueira, tornou-se conhecida, nacionalmente, com o nome artístico de Consuelo Leandro. O nome foi uma homenagem ao avô, o general Leandro e avó, Consuelo.
         Consuelo Leandro foi atriz, comediante e vedete: 46 anos de carreira artística!
         A infância de Consuelo foi toda passada em Lorena e ela recordava que sua vocação artística apareceu logo cedo, ela declamava poesias e participava de todas as festas da Escola de freiras, onde estudou. Uma passagem muito repetida: “com seis anos de idade e numa procissão, eu saia vestida de anjo e pedi para minha mãe bordar uma cruz brilhante na minha roupa, eu queria brilhar e aparecer na festa!”
         A família de Consuelo transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1944, ela foi morar com o avô, em Copacabana, começou sua carreira artística na década de 50, entrou para a escola de dança do Teatro Municipal (por 10 anos) da cidade do Rio de Janeiro e seu primeiro papel nos palcos foi no Teatro do Estudante de Pascoal Carlos Magno. Com o sucesso da apresentação, ele teve duas opções, escolher a Comédia ou o Teatro de Revista. Escolheu o Teatro de Revista em 1953 estreou na Companhia Zico Ribeiro, com a peça “Carrossel de Mulheres”, em Copacabana.  Consuelo aprendeu o ofício de representar com notáveis e famosos professores: Bibi Ferreira, Procópio Ferreira, Madame Morineau, Alda Garrido, Dulcina de Moraes, Pascoal Carlos Magno, os grandes nomes da época.
       Consuelo enfrentou a discordância do avô, o general não aceitava ter uma neta artista e o remédio foi ir à luta, e contou com o apoio total de sua mãe, a Dona Dione. Anos depois, ela fez as pazes com o avô Leandro e ele virou grande fã da neta...
       Depois do teatro, Consuelo assinou contrato com a “poderosa e campeã de audiência”: a Rádio Nacional e sua voz ficou famosa no Brasil: ela fez radioteatro e o humorístico “Balança Mas Não Cai” (mais tarde adaptado para a TV).  Em 1956, casou-se com o ator Agildo Ribeiro, o casamento durou quatro anos.
       Ela morou por um ano em Portugal, onde fez shows em cassinos e boates, excursionou por várias cidades nos Estados Unidos. Consuelo fazia uma imitação perfeita de Carmen Miranda (“eu a conheci e ela era minha ídola e eu sempre fazia questão de colocar um número de Carmen em minhas apresentações”, palavras textuais de Consuelo)... Em 1960, ela retornou ao Brasil e consolidou sua carreira, com shows em casas noturnas, cinema e televisão. Assinou contrato com as principais emissoras de TV, inclusive, teve seus próprios Programas na extinta TV Rio.
       Conhecida por suas risadas altas, pelas caretas e um jeito muito debochado, fez muitos programas humorísticos, como “A Praça da Alegria”; “A Praça é Nossa”; “Escola do Golias”... Criou tipos inesquecíveis como: Petronilha (a moça do guichê de informações, criação do autor Sérgio Porto); Cremilda (a mulher do Oscar, o homem podre de rico, criação do Manoel de Nóbrega).
       Participou de novelas nas principais emissoras de TV do Brasil: na TV Record, em 1965, fez a “Mamãe Lamparina”, na novela “Ceará Contra 007” e na Rede Globo viveu o papel da inesquecível “Lili Bolero” na novela “Cambalacho”, do autor Sílvio de Abreu, em 1986.
       Consuelo Leandro trabalhou em 24 filmes, destaque para os seguintes: Três Recrutas; O Petróleo é Nosso; Carnaval em Caxias; Tira a Mão Daí; Mulheres à Vista; A Arte de Amar Bem; Gugu, o Bom de Cama; O Bem Dotado, o Homem de Itu; Como Faturar a Mulher do Próximo; Os Bons Tempos Voltaram, Vamos Gozar Outra Vez e O Escorpião Escarlate.
       Um grande nome da Cultura brasileira, uma artista ímpar: ia da comédia ao drama, um talento gigantesco... Uma das maiores atrizes cômicas que o Brasil já conheceu!
      Ela saiu de Lorena para realizar o sonho de ser artista e o conseguiu... Enfrentou a oposição da família, os preconceitos de ser mulher e artista naqueles anos 50 e 60.  Consuelo confessou que os melhores anos de sua vida foram aqueles do início de carreira, onde tudo era muito difícil, mas, “foram os melhores, eu era feliz e não sabia. O sonho não acabou, mas mudou muito!”
       Consuelo Leandro nunca se esqueceu da sua cidade natal, sua querida Lorena: “eu sou uma pessoa do interior: sou piraquara, Pirapora... Sou Caipira! Eu nasci na beira do ribeirão, lá em Lorena. E eu ainda tenho aquelas coisas de chuva, gosto de terra molhada, aquelas coisas cabem dentro de mim... Eu tenho aquela vontade de ir para o interior. Uma casinha térrea, ter jardim, ter pomar e muitos bichos...”. 
       Ela falava de “boca cheia” de sua amada Lorena: “eu nasci em Lorena, no Vale do Paraíba. Eu gosto muito de minha cidade. Cidade Maravilhosa. A bandeira vermelha com a cruz de Lorena e com a flor de Liz; lindíssima Lorena...”.
      
O lema de vida de Consuelo: “A vida já é muito séria, portanto, sempre trabalhei com o riso e com a alegria”.
       
 Consuelo Leandro faleceu no dia 5 de julho de 1999, aos 67 anos de idade, na cidade de São Paulo, em decorrência de problemas cardíacos, foi sepultada no Cemitério do Morumbi.


Obs.: Texto obtido com pesquisas: em jornal, no Programa Roda Viva da TV Cultura (1990) e diversos sites.

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